No Alentejo, o caminho do vinho de talha começou há mais de 2000 anos. Hoje, esta técnica milenar, encontra-se em extinção mas ainda existem algumas vinícolas que mantêm este património vivo, como a renomada Herdade do Esporão.

Esta técnica muito particular distingue-se de qualquer outra forma de produzir vinho desde o primeiro momento. Inicia-se pela seleção criterioso das castas, neste caso a Moreto, advindas de vinhas de 80 anos, e que depois de desengaçadas e esmagadas, são colocadas nas ânforas de barro para iniciarem a fermentação. Quando a fermentação termina, é adicionado azeite para selar a talha e evitar o contato direto do vinho com o oxigênio. O resultado é um vinho mais oxigenado, complexo e frutado.

Em taça, reluz um lindo rubi brilhante, repleto de elegância. Aromas vivazes de frutas silvestres, como ameixa fresca, cereja, um toque de chocolate amargo, com nuances minerais de pedra quebrada e um final levemente floral e de especiarias.

Em boca, uma verdadeira explosão de cerejas e de tâmara, com uma excelente mineralidade. Após decantar por duas horas, sobressaíram sabores de caramelo e marmelada.

Aveludado e de corpo médio, com taninos presentes, uma acidez brilhante e ótima persistência. Bem equilibrado, não reflete os 14% de álcool. Estupendo!

Beber agora ou nos próximos 3-5 anos.

Ideal para harmonizar com queijos secos, como parmesão e pecorino, com uma deliciosa massa à bolonhesa ou um risoto ao funghi.